Fim de tempo

" Amar não consiste no desejo de fazer amor; mas no desejo do sono compartilhado. "

Por esses dias andei sentindo uma certa angústia por dentro na qual eu não sabia explicar. Sentia um vazio e uma busca incansável e também interminável por algo que não se procura. Buscava por algo que estivesse além dos meus olhos, além do que o próximo podia me oferecer, além do que eu podia sentir. Procurava pelos meus valores que estavam vivos em mim, mas que por palavras amargas deixei acreditar que os tinha perdido. Bobagem. Me ludibriava com algo que eu mesma criava. Sonhava com um abraço apertado, palavras doces e fortes, carinho que confortava, companhia essêncial, olhares com um único foco, boca desejando apenas uma saliva e coração batendo forte apenas por um único ser. Busquei, busquei e busquei; igual canta Cazuza " (...)matando a sede na saliva/ ser teu pão, ser tua comida/ todo amor que houver nessa vida/ e algum trocado pra dar garantia (...) ". Mas como existem certas coisas que não podemos nada fazer, apenas deixar chegar sozinha, como uma completa invasão de domicílio, nada faço. Não por não querer, mas por não ter pra onde ir. Quero borboletas no estômago, afinal, gostoso é quando acontece; tudo ganha forma, tudo ganha cor, tudo ganha brilho. Quero ciúmes, quero cuidado, quero atenção, quero satisfação. Agora, já ando sem expectativas, sem ilusões; ando apenas com o tempo. E não vou omitir em não dizer que ando contra ele.

- quero férias de um amor bandido-